Pensamento

A opinião deve ser como a flatulência, mais ou menos ruidosa, mas sempre incomodativa!

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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

A puta da crise

A culpa foi, é e será sempre da crise, essa mulher de má vida e de costas largas que se deixa manipular como subterfúgio para os desastres induzidos por uma classe de profissionais do nada.
Não, não é incompetência. Estes senhores, como outros que brincaram ao poder no passado são competentes na arte do caciquismo e do despudor. brincando aos gangs na vida real daqueles a quem os outros confiaram o poder, contradizendo as mais elementares regras do serviço público. Estes são os despotas de hoje, aprendizes de feiticeiro de uma cartilha da história que nada trouxe de novo a um país cuja herança histórica deveria iluminar o caminho das gerações vindouras mas que mais não faz do que se servir do alçapão dourado das prendas e do compadrío dos yes men de um punhado de pulhas que, travestidos de governo se entretêm a jogar à política numa terra de surdos mudos habituados à sodomia e à palmadinha nas costas sob o subterfúgio do sacrificio em prole de uma causa maior cujo horizonte insiste em se afastar para além da cortina de fumo do mundo civilizado.
A culpa é nossa, deste assobiar para o lado que nos parece mais confortável nesta demanda diária pela sobrevivência enquanto se adía o progresso da economía desenvolvida e desafogada. calemo-nos pois porque culpados somos nós todos. Enquanto não brotar de nós a revolta, expurgarmos o vírus do oportunismo e transformar-mos a vergonha na alavanca para a reforma definitiva dos costumes que alimentam os parasitas de uma carcaça secular e moribunda.Enquanto calarmos os gestos da nossa revolta, enquanto a acção for pólvora seca, os mentirosos a quem oferecemos a chave da nossa dispensa, continuaram a comer ás nossa custas e a gente a comer o pão que o diabo amassou.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

As aventuras de um asno no país das bananas

Garcia era um asno habituado a avaliar a periferia do seu umbigo com a dolência própria dos homens pequenos. Lá detrás do sol posto, de onde vinha, estes homens não sabiam dançar, por conseguinte, lá dizia o ditado, sobrava-lhes o jeito para a velhacaria.
Este asno, como outros da espécie humana, abarcara a vida ao sabor da maré, escorrendo para o baçio do mundo onde se molda a merda em esfíngicas figuras de poder orgânico. É sabido que, quem souber ler a cartilha está capaz de se tornar sábio de esperteza saloia. E assim se fazem os doutores, pois que a vida é, de entre as ciências, a mais complexa e por isso digna de tão ilustre incómio. Lá na cidade onde desaguou, Garcia soube mexer-se, subindo a vida a pulso estendido; que as mãos guardava-as no bolso para suportar a curva das costas. Ó senhor doutor como está? E a familia? Com certeza senhor doutor, disponha... No aproveitar é que está o ganho pois nunca se ouviu que fosse pecado reciclar o oportunismo das virtudes. Garcia faz escola numa repartição pública, aquele lugar maldito e muito afamado pela malidicência dos contribuintes, já de si, fodidos da vida por ter de alimentar o burro a pão de ló e muito mais quando chega a sua vez de se chegar à frente por notificações, citações e outros palavrões disfarçados por algaraviada legal. Pois quando assim é, como é de lei, a outra, a da vida, pedem-se meças a um conhecido de um conhecido para uma almoçarada com Garcia e como uma mão lava a outra, faz-se um jeito por um alçapão legal e feliz vai o andor na procissão da nação com o asno à frente a empunhar o estandarte e os pequenos velhaquinhos a perseguirem seus passos. Assim foi, assim é e assim será, neste país de gente séria. Ámen!